Lançado em março para iPhone 15 Pro, iPad e Mac, Resident Evil 3 não atingiu o desempenho comercial que a Capcom esperava. Mesmo com o apelo de um clássico do terror e suporte da Apple na divulgação, o título registrou números modestos em downloads e faturamento.

Dados da empresa Appmagic indicam menos de 115 mil downloads e receita inferior a US$ 50 mil nas três primeiras semanas. A Appfigures, outra plataforma de análise do mercado mobile, aponta cifras ainda menores: 54 mil downloads e receita de apenas US$ 22 mil no mesmo período.

Foto: Divulgação/Capcom

Modelo de acesso gratuito ao Resident Evil 3 não impulsiona vendas

A Capcom adotou o formato “free-to-start”, no qual o jogador testa parte do jogo antes de decidir pela compra completa. O desbloqueio custa US$ 9,99, mas o valor deve subir para cerca de US$ 30 a partir de 16 de abril. Há também uma compra extra de US$ 1,99 que libera todas as recompensas do jogo.

Apesar da proposta acessível, a estratégia não resultou em grande adesão. Contudo, a performance repete o padrão visto em outros ports da franquia para iOS. Títulos como Resident Evil 2, Resident Evil Village e Resident Evil 4 também ficaram aquém das expectativas de faturamento, mesmo com destaque na App Store.

Mercado mobile ainda resiste a grandes franquias

O desempenho de Resident Evil 3 expõe um desafio mais amplo: convencer o público mobile a investir em jogos premium. Mesmo com gráficos avançados e jogabilidade adaptada, franquias consagradas como Assassin’s Creed Mirage e Death Stranding também falharam em atrair o grande público nos dispositivos da Apple.

No caso de Resident Evil 2, por exemplo, foram necessárias seis semanas para alcançar US$ 100 mil em receita, segundo a Appmagic. Assim, a cifra é considerada modesta diante dos investimentos em marketing e tecnologia para portar o jogo.

Foto: Divulgação/Capcom

Sustentabilidade financeira segue incerta

Com sucessivos lançamentos de baixo retorno, cresce a dúvida sobre a viabilidade de adaptar jogos AAA para o iOS. A recepção morna indica que o público mobile, em sua maioria, ainda prefere títulos gratuitos com microtransações, em vez de jogos pagos com narrativa e estrutura de console.

Enquanto isso, as desenvolvedoras avaliam se os altos custos de conversão justificam os resultados. Por ora, os dados reforçam que nem mesmo franquias renomadas garantem sucesso automático no ecossistema da Apple.